A Mãe do Autista

A Mãe do Autista
...Investi tudo naquele olhar...Tantas palavras num breve sursurrar...paixão assim não acontece todo dia!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A Lua Cheia e o Autismo

Das vezes que eu freqüentei a escola especial, ouvi alguns comentários que alguns alunos estavam agitados, e talvez fosse por causa lua cheia.
Eu já havia ouvido algo sobre a influência da lua nas pessoas com problemas mentais, e sempre fiquei na dúvida se era lenda ou verdade.
Depois que descobri o autismo no meu filho, comecei perceber, que em alguns períodos do mês ele realmente esta “atacado”, e por coincidência era lua cheia.

De um tempo pra cá, comecei a prestar mais atenção, e comecei levantar dados em pesquisas, e achei coisas interessantes.

A Lua é o astro luminoso mais próximo da terra. Tem um diâmetro de 3.460 km, está distante da terra cerca de 382 400 km.
Também é o astro que, além das repercussões que a sua força de atração exerce sobre o planeta que habitamos, influi de modo mais direto sobre o caráter, o destino e o funcionamento dos seres vivos.

O médico psiquiatra Arnold Lieber começou com a sua investigação sobre a Lua, quando era ainda um estudante de medicina. Quando trabalhava com doentes mentais, reparou que estes ficavam mais perturbados em ciclos regulares, outros médicos notavam padrões de aumento periódicos em úlceras e em ataques epilépticos.

A partir dessa base, o Dr. Lieber iniciou um projeto que se propunha a demonstrar as relações existentes entre o comportamento violento, tal como foi medido na altura exata da ação em casos de homicídio, e as fases da Lua.

Para ele, como a própria superfície da Terra o corpo humano é composto de 80% de água e 20% de sólidos. Esta água do corpo contida em três compartimentos principais:

1 – O intravascular – a água no sangue, que tem aproximadamente a mesma composição da água do mar.

2 - O Extra-Celular – água flutuando livremente nos tecidos, banhando as células.

3 – O Intra-Celular – a água nas células.

A água corporal move-se normalmente entre os três compartimentos. O equilíbrio do líquido pode-se modificar, contudo, por qualquer alteração nos fenômenos corporais.

Excesso de água no corpo causa tensão, dilatação e irritabilidade nervosa. Quando a gravitação lunar desorganiza o equilíbrio do líquido, resulta daí que uma pessoa fica sob tensão propensa a exploração emocional.

Ao longo dos séculos, muitos já disseram: “Deve ser noite de lua cheia”, numa tentativa de explicar acontecimentos estranhos. E até hoje, o nome da deusa romana da Lua continua sendo familiar: Luna, prefixo da palavra lunático (um dos sinônimos para louco). O filósofo grego Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) e o historiador romano Plínio (23 – 79 d.C.), o Velho, sugeriram que o cérebro era o órgão mais úmido do corpo e, desse modo, mais suscetível às influências perniciosas da Lua, responsável também pelas marés. A crença no efeito lunar persistiu na Europa durante a Idade Média, se acreditava que alguns seres humanos se transformavam em lobisomens ou vampiros durante madrugadas de lua cheia


Ainda hoje, muitas pessoas acreditam que os poderes místicos do satélite da Terra induzem comportamentos erráticos, surtos psicóticos e suicídios; crêem que, por deflagrar a agressividade, fazem aumentar o número de homicídios, de acidentes de trânsito, de violência por parte de torcedores e jogadores profissionais durante as partidas e até de mordidas de cachorro. Um levantamento realizado nos Estados Unidos revelou que 45% dos estudantes universitários acreditavam que as pessoas afetadas pela Lua são propensas a comportamentos estranhos. Outras pesquisas sugerem que profissionais que trabalham com saúde mental podem estar mais inclinados do que as pessoas em geral a aceitar essa idéia.

Porém alguns estudiosos, críticos, já comprovaram que não há indício nenhum pra esses estudos:

Existem pelo menos três motivos, essa teoria pode “ir por água abaixo”. “Primeiro, os efeitos gravitacionais da Lua são muito pequenos para causar qualquer alteração significativa na atividade cerebral, que dirá, então, no comportamento.”

Em segundo lugar, a força gravitacional da Lua afeta apenas corpos de água abertos, como oceanos e lagos, mas não fontes contidas, como o cérebro humano. E, por último, o efeito gravitacional é tão forte durante a lua nova – quando ela é invisível para nós – quanto durante a fase cheia (quando se acredita que seu poder místico esteja mais intenso).

Porém o Dr. Lieber chegou à conclusão de que a influência dos ciclos lunares no comportamento humano e no fenômeno biológico é idêntica à que se verifica com as marés. Por outras palavras, a gravitação na água provoca no corpo humano uma pressão própria e estimula a atividade elétrica e hormonal

Como em todas as teorias “há os contras e os a favor”, achei coisas que tem haver com autismo, e eu fiquei pensando na questão da Lua e o Autismo, pois me lembrei da palestra de uma neurologista gaúcha que em suas pesquisas detectou que a amígdala que está dentro do cérebro dos autistas, é um pouco maior do que nas crianças não autistas.
Na proporção de um caroço de azeitona para um de pêssego, é muita coisa né?

Veja que interessante, a amígdala é uma pequena estrutura em forma de amêndoa, situada dentro da região ântero-inferior do lobo temporal, se interconecta com o hipocampo, os núcleos septais, a área pré-frontal e o núcleo dorso-medial do tálamo.

Essas conexões garantem seu importante desempenho na mediação e controle das atividades emocionais de ordem maior, como amizade, amor e afeição, nas exteriorizações do humor e, principalmente, nos estados de medo e ira e na agressividade.

A amígdala é fundamental para a auto-preservação, por ser o centro identificador do perigo, gerando medo e ansiedade e colocando o animal em situação de alerta, aprontando-se para se evadir ou lutar.

Em humanos, a lesão da amígdala faz, entre outras coisas, com que o indivíduo perca o sentido afetivo da percepção de uma informação vinda de fora, como a visão de uma pessoa conhecida. Ele sabe quem está vendo, mas não sabe se gosta ou desgosta da pessoa em questão.
O estímulo elétrico dessas estruturas provoca crises de violenta agressividade.

Se formos analisar a amígdala esta bem ligada a comportamento e características autísticas.

Foi onde comecei a divagar e pensar, se a gravitação na água pode provocar no corpo humano uma pressão própria e estimula à atividade elétrica e hormonal, essa pressão e mesmo essa atividade elétrica poderia causar certo desconforto ao autista? Pois dentro do cérebro ele já possuiria as amígdalas que já estão maiores que o normal, e talvez por isso ocorresse essa agitação em época de lua cheia.

Minha leitura em relação à lua é bem física, até pela minha formação em geografia e meio ambiente, não vejo pelo lado místico, da questão.
Mas são apenas hipóteses minhas, sem nenhum cunho científico que possa comprovar, mas que tem haver se analisarmos em primeira mão tem!

Coincidência, não sei!

Tenho notado que o Gui realmente fica muito agitado nessa fase de lua. Essa semana esta bem agitado; fui olhar ao calendário e a lua esta cheia.

Você já parou pra pensar nisso?

sábado, 13 de novembro de 2010

Era carnaval de 2007, ele tinha um ano e 7 meses aproximadamente, chamou-nos atenção pq havia uma reforma em casa, e aqueles barulhos não o incomodava.
Ele não freqüentava escola ainda.
No baile de carnaval infantil ele não queria ficar por nada desse mundo, achamos que fosse muito barulho, tivemos que ir pra casa.
Barulho de obra , martelada, furadeira não incomodava mas um baile de carnaval cheio de gente mais banda o irritava...por ai comecei achar estranho, ele só fugia não queria ficar dentro de lugares assim, que antes ia sem qualquer problema.

Com a desconfiança de algumas pessoas da família fui encaminhada ao otorrino,e lá detectamos alguns problemas, respirava 5% pelo nariz, tinha uma adenóide giagante que bloqueou as primeira secreções no canal auditivo( não conseguia sair do canal auditivo) que endureceu e atrapalhava a passagem do som. Fizemos uma cirurgia.

E como ficou praticamente um ano com drenos auditivo bilateral, passou o Ano de 2008 sem fazermos nada porque em nossas cabeças, ao retirá-los ele voltaria a falar. Durante esse ano esperávamos que vocalizasse mais, ou dissesse palavras soltas... Mas ele estava cada vez mais distante.

Não era o barulho já era sinal de autismos, não ficava em lugar que n conhecia.



"...Quanto ao desenvolvimento, Alessandra referiu que Guilhermo emitia alguns balbucios, como “papa”, “mama” e “bobô”, porém parou de fazê-los aproximadamente com oito meses de idade, passando a emitir sons como: o de vibração de língua e som semelhante ao “golfinho”.

Neste período, a mãe procurou o pediatra, que o encaminhou para o setor de otorrinolaringologia. Com um ano de idade o paciente foi submetido à cirurgia de adenóides e colocação de dreno auditivo bilateral..."

Durante esse período, eu percebi que o Guillermo estava ficando cada vez mais longe, havia parado de falar totalmente e não emitia nenhum tipo de som, Pareci não entender nada ao redor, começou a dormir mal, a escalar todos os móveis.estava completamente hiperativo.

Foi onde eu o coloquei na escolinha, pq acaha por não conviver com crianças estava ficando com comportamentoesquisito.Mas achava que era por causa dos drenos, que tbém limitava a audição.

Em fevereiro de 2008, Guilhermo continuou sem apresentar comunicação verbal,mesmo após retirada do dreno auditivo. Realizou na mesma época, o exame do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (BERA), que revelou padrões auditivos dentro da normalidade bilateralmente..."

*Trecho da avaliação da fono

Após o resultado do exame, o otorrino me mandou um email que dizia que tinha boas notícias pq o Gui ouvia!

E na realidade fiquei muito aflita pq se ele ouvia e não falava era por que tinha algum problema. Perguntei o que era pra fazer, mandou procurar um neuropediatra.Nesse espaço já havia quase se passado um ano após a cirurgia.

E às vezes é onde me culpo, pq foi pra mim um ano perdido em relação ao desenvolvimento dele, esse um ano já poderia estar freqüentando terapias, pq realmente nesse intervalo foi onde ele regrediu totalmente no quesito comportamental e comunicação.

Mudamos a escola dele, janeiro e fev estavam em regime de colônia de férias, em março a escola entrou em contato com a sala Multimeios, uma programa da Prefeitura de Fpolis para crianças especiais.

Na altura veio duas especialistas observarem o Gui na escola, e eu repassei todas as informações, citadas acima.

O mais engraçado foi que a especialista de surdos disse que tinha tudo pra ter problemas auditivos, e a de autista disse que tinha tudo para ser autista.

E como eu resolveria esse impasse?

O que elas me orientaram era que eu procurasse a opinião de um segundo otorrino, e realizasse todos os exames novamente, se não tivesse problemas auditivos era autista.

Consegui a consulta com o neuro em maio, e lá o médico em segundos disse que estava no espectro autista!

Durante a conversa insisti na audição, e o médico disse:

Mãe eu sei que é difícil aceitar o diagnóstico!

Respondi:

- O problema não é o diagnóstico, problema é saber que teu filho já tem uma limitação, e se não ouvir direito não vai conseguir evoluir dentro de suas capacidades.

Eu enchi tanto o saco dele que me encaminhou a uma fono pra fazer avaliação, e ainda acompanha-nos .

Procurei uma outra otorrino que constatou com todos aquele exames na sua frente que meu filho teria baixa audição.

Foi muito clara em afirmar que uma criança daquela idade que ouvisse daquela maneira apresentaria um grande déficit de aprendizagem e desenvolvimento principalmente na fala.

Mas o Bera estava ali dizendo que o ouvia, ela propôs uma audiometria pra poder ver “o quanto” ele ouvia.

“...Em junho de 2009, Guillermo foi submetido à audiometria comportamental, porém o exame não foi conclusivo, pois o paciente não apresentou comportamento apropriado para a realização da investigação...”

O conselho era continuar as terapias até ele adquirir certa maturidade, e tentar em outra oportunidade a audiometria.

Apesar do BERA eu nunca fiquei convencida que ele ouvia perfeitamente, e como não dava pra fazer outro exames, fiquei um pouco na espera... mas sempre buscando respostas .

Esse ano 2010, consegui vaga na APAE na estimulação essencial, uma trabalho realizado com crianças com menos de 4 anos, e nesse período, pude observar outros autistas, da mesma idade e como se envolviam nas intervenções.

O Gui era completamente diferente, tudo que envolvia som ele não participava, não respondia aos estímulos, e foi ai eu tive a certeza que havia algo errado com a audição dele.

De tanto chamar a atenção para aquilo, a fono chamou o pessoal responsável por essa área, fizeram alguns testes nele novamente, e a pulga já não estava mais só atrás da minha orelha!

Fui encaminhada a repetir o BERA no HU (Hospital Universitário). A anestesia era em xarope, não conseguiu mantê-lo apagado durante todo exame, mas uma coisa foi constatada estava sem estímulo no ouvido direito!

E ai muita coisa clareou na minha vida, o que já era muito claro pra mim em relação a autismo; “parecer surdo” é uma característica autista, porém parece, mas não é! O autista não teria interesse em se comunicar, mas acredito que apesar de muitos conseguirem desligar-se, ou selecionar aquilo que querem ouvir e se tem o aparelho auditivo sadio, consegue identificar o som de um carro, latido, telefone, ele esta integrado ao que esta ao redor.

Mas no caso do meu filho havia situações que eu percebia em seus olhos que ele não entendia não entende comandos, por exemplo; se eu somente falar:

-Vamos comer?

Ele não faz nada fica me olhando com cara de perdido, agora se eu fizer apoio gestual junto, aquele qdo abrimos e fechamos rapidamente a mão perto da boca, e digo junto - vamos comer, ele saí correndo pra mesa,rs.

Se cair algo e peço pra juntar ele não faz nada, mas se aponto ele pega.

Uma das coisas que mais ama é andar na Van da escola, se ele esta de costas não escuta a buzina, e por ai vai.

Tenho a impressão que ele já ouviu mais ou escuta alguma coisa, mas vocalizar coisas esta cada vez mais distânte.

outra coisa é vc perceber que há sons que não chamam atenção

Também andei pesquisando sobre audição do autista que quase não a muito coisa:

“... é, também, típico do comportamento auditivo das crianças autistas a variação e oscilação dessas respostas. No entanto, ao mesmo tempo que elas podem não responder a sons extremamente intensos, respondem a sons muito pouco intensos, além de não demonstrarem um segmento definido de respostas por faixas de freqüências. Os pais das mesmas associam suas respostas a fontes sonoras que lhe são interessantes ou que se relacionam a contextos ou situações de seus interesses específicos. Relatam que "às vezes, o som é mínimo e ele olha" e, paralelamente, pode ignorar sons realmente muito intensos e incômodos. Segundo eles, esta última conduta é identificada primeiro, o que desencadeia, também nessa ordem, a suspeita de que o filho é "surdo".

Fazendo-se um comparativo entre a criança autista e a criança parcialmente surda, nota-se, nessa última, um caráter bastante definido de suas respostas, no que diz respeito aos parâmetros intensidade e freqüência sonora: dependendo do caso, ela pode responder somente a sons graves de alta intensidade ou a médio, ou a sons graves em intensidade próxima do padrão ambiental mas nunca a sons agudos; pode responder aos sons graves, mas aos agudos somente quando em alta intensidade ou vice versa.

Na criança autista não é observado esse caráter definido, havendo uma inconstância muito grande de respostas. Ela pode responder a um determinado som em um momento e não responder, ao mesmo som, em outra ocasião, independente de sua intensidade ou freqüência. Pode, por exemplo, sempre responder a determinados sons (seletividade), mas nunca a outros ou responder assistematicamente a estes, bem como essa assistematicidade pode ser global. Entretanto, suas respostas não mostram vínculo de forma organizada, a parâmetros sonoros físicos....”

É necessário que haja um diagnóstico preciso “...No caso das duas condições serem associadas, os pais desconfiam da surdez, mas não se aliviam pela possibilidade de a mesma não existir. Nesta última situação, de bi existência, tem sido visto que os dois diagnósticos tendem a ser estanques, ou seja, é detectado inicialmente somente o autismo ou apenas a surdez, o que dificulta um melhor prognóstico, já que o direcionamento ou plano terapêutico de uma criança surda e autista, ou só autista, se diferem....”

Segundo GOMES, Os aspectos do comportamento auditivo, tipicamente encontrados na criança autista, é o assunto essencial de seu estudo a medida que geram dúvidas sobre sua acuidade auditiva. As mesmas cruzam diagnósticos diferentes que envolvem surdez, autismo infantil e a comorbidade entre ambas as condições. Cada uma destas três situações exige condutas educacionais e terapêuticas diferentes, para que o indivíduo portador desenvolva-se da melhor forma possível. No entanto, há dificuldades diagnósticas por parte de muitos profissionais, o que interfere na precocidade de um tratamento adequado. Atribuo-as à falta de um conhecimento mais consistente sobre a síndrome do autismo infantil em si, bem como, a uma falta de iniciativa de encaminhar essas crianças à avaliação audiológica adequada. Esta última questão é essencial, particularmente nos casos de comorbidade, onde o autismo pode estar claro, e por isso, a falta de reação aos sons é diretamente atribuída à condição autística, sem nem mesmo ser verificado o status auditivo. Assim, essa criança é inserida num plano terapêutico cuja abordagem seria apenas a condição autística. Por outro lado, a falta de reação aos sons pode ser atribuída, pelo profissional, somente a um quadro de surdez. Isto pode ser devido à simples falta de conhecimento de que tal sintoma não se correlaciona apenas com um problema de acuidade auditiva, mas também pode incluir uma anormalidade central, tendo caráter perceptivo, como ainda será comentado
Existem motivo para se preocupar com a coexistência de autismo e surdez, pois, esta existe em um número não subestimável de casos. A surdez não deve ser descartada subjetivamente, mesmo nas situações em que o autismo esteja claro. Ela deve ser descartada através de exame adequado. Ainda devemos ter em mente que ela pode estar também presente juntamente à condição autística, o que exige um plano educacional e terapêutico diferente.

Como já havia mencionado anteriormente , fizemos um primeiro BERA com sedação de "xarope", mas não foi possível fazê-lo todo pois acordou no meio do procedimento arrancando tudo que tinha direto rs!
Mas acusou que não ouvia nada no ouvido direito, pro meu espanto, "nada"? Sempre achei que era pouco,mas nada!!!!!!!!!!
Voltei numa segunda oportunidade, não dormiu nenhum segundo e quase botou o HU abaixo!
Porém hoje a sedação foi venosa, e começamos pelo ouvido esquerdo, que pra meu espanto maior não havia nenhum estímulo!
Fomos confirmar o direito que havia sido feito naquela primeira vez... E nada também!

Gente o Gui esta completamente surdo!

É algo novo no diagnóstico do Guillermo.
Desde que começamos a caminhada aos médicos e especialistas, o que nos levou a isso foi a aparente surdez.
Porém sabemos que nessa situação o BERA, é o divisor de águas, tanto que quando o primeiro otorrino disse-me que tinha uma ótima notícia que o BERA tinha dado positivo, eu fiquei arrasada porque alguém que ouve e não fala tinha toda propensão te ter algo mais grave!
Caímos no Autismo.
Porém aquele BERA, nunca havia me convencido continuava achando que havia qualquer coisa estranha na audição, alguns me diziam que autista é assim mesmo, etc, etc.
Outros me garantiram que se fizesse a tal dieta ele falaria, muitas vezes fazendo-me acreditar que ele não falava por minha culpa, porque eu não queria seguir a tal. E acreditem até segui por um tempo. Mesmo tendo feito exames e meu filho não tinha alergia nenhuma. Muito menos de Glúten e caseína. Mas seria muito bom se as coisas fossem realmente assim só cortar a alimentação, mas é preciso estar alerta, se o problema é neurológico, uma lesão, mau formação genética, temos que estar atentos!


Porém o Guillermo é autista e surdo!

Estou cheia de dúvidas...


É surdo e autista?
Esta autista por conta da falta de audição?

Apesar de tudo estou muito feliz, pois agora sei o que se passa realmente com ele, como poderemos seguir daqui pra frente, ou com o que estamos lidando, afinal por quanto tempo eu iria ficar insistindo na terapia de fala, sendo que ele nunca falaria, pois é surdo?

O que me deixou frustrada é que são dois anos praticamente que poderia ser dando outro tipo de intervenção, quase dois anos pra quem esta se desenvolvendo é muita coisa!
Dois anos depois do BERA... Fora os outros antes do exame.

Quatro anos vivendo no “seu mundo”, quatro anos que busco uma resposta concreta.

No meu caso, me leva a crer que os técnicos que fizeram e analisaram o BERA de fevereiro de 2009, apesar de observar que havia uma difícil “reprodutibilidade das ondas bilateralmente”, encerram a conclusão como audição “positiva”

Um tanto irresponsável da parte deles, isso é algo muito sério, pois se eu não enchesse o saco de todo mundo com minhas “desconfianças auditivas”, meu filho ficaria somente autista. Desses exames , todos os especialistas foram norteando suas intervenções.

E se eu não repetisse o exame?

Será que perdeu a audição gradativamente?(o pouco que já restava lá no início na vida dele?).

Seria possível alguns autistas perderem a audição ao longo do tempo, prejudicando a comunicação?

Porque a questão aqui é, uma vez surdo, além de não falar fica alheio a todos os sons do ambiente, um carro, buzina, sei lá passa tanta coisa na cabeça!

Quantos pais não refazem esse exame? Com o passar do tempo?


Fico pensando nessas alturas, nos pais que vão embora da clínica com diagnósticos e exames embaixo do braço, dizendo que o filho ouve!

Ou passa anos fazendo terapias que nunca atingirão o esperado. Como é característico dizer que alguns falam depois dos quatro anos, outros com seis e alguns nunca falarão. Aí me pergunto qtos desses que nunca falarão tem problemas auditivos?

Em dezembro volto a fono e otorrino do HU, vamos investigar tudo novamente, ai passarei mais detalhes dos procedimentos.

Promoção da Qualidade na Educação Inclusiva: Princípios chaves

A European Agency for the Development of Special Needs é uma organização autónoma e independente, apoiada pela Comissão Europeia e pelos Estados-Membros, que têm representação nos respectivos órgãos de gestão, funcionando como plataforma de colaboração europeia no âmbito das necessidades educativas especiais (NEE).

A Agência Europeia editou em 2009 uma publicação com recomendações para decisores políticos sobre princípios chave para a promoção da qualidade da educação inclusiva, que tem como antecedentes um relatório elaborado em 2003.

A visão da Agência Europeia tem sido norteada por linhas de acção e documentos de referência internacionais e europeus, bem como pelas melhores práticas resultantes de políticas nacionais levadas a cabo pelos estados-membros em prol da educação inclusiva.

Destacam-se da publicação mencionada os seguintes princípios-chave:

Estruturas de apoio organizadas de forma a promover a inclusão
As estruturas de apoio com impacto na educação inclusiva são diversas e envolvem, muitas vezes, profissionais, abordagens e métodos de trabalho diferentes. As estruturas de apoio podem funcionar como um apoio ou como uma barreira à inclusão.

Sistemas flexíveis de afectação de recursos que promovam a inclusão
As políticas de financiamento e as estruturas são um dos factores mais importantes na inclusão. A ausência ou o acesso limitado a recursos e respostas pode obstaculizar a inclusão e a igualdade de oportunidades dos alunos com NEE.

Cultura organizacional e filosofia que promova a inclusão
Ao nível da escola, ou de outra organização educacional, é crucial a existência duma cultura e duma filosofia aceite por todos, baseadas em atitudes positivas, que acolham a diversidade de alunos nas salas de aula e respondam às diversas necessidades em matéria de educação.

Políticas que promovem a inclusão
A promoção da qualidade na educação inclusiva requer uma política claramente definida. O objectivo da escola para todos deve ser fomentado através de políticas educacionais e apoiado por uma filosofia e liderança de escola e por práticas dos professores.

Legislação que promove a inclusão
Para que possa ter impacto sobre a educação inclusiva, a legislação deve estabelecer claramente a inclusão como uma meta. Neste sentido, a legislação de todos os sectores públicos deve conduzir à prestação de serviços e à melhoria dos processos que favoreçam a inclusão educativa.

Alargar a participação para aumentar oportunidades educativas para todos os alunos
A meta da educação inclusiva é alargar o acesso à educação, promover a plena participação e dar oportunidade aos alunos, vulneráveis à exclusão, de realizarem o seu potencial.

Educação e formação sobre educação inclusiva para todos os professores
Para trabalhar eficazmente em contextos, os professores precisam de ter valores e atitudes apropriadas, competências, conhecimentos e compreensão.

Os princípios-chave aqui apresentados centram-se nos aspectos dos sistemas educativos, que abarcam desde a legislação nacional ao trabalho realizado nas escolas, e, que julgamos ser cruciais para promover a qualidade na educação inclusiva e apoiar a inclusão de alunos com diferentes tipos de NEE, nas escolas regulares.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

síndrome de Tourette causa tiques motores e sons involuntários!

Achei interessante postar esse artigo pq achei que tem tudo haver com autismo.
Como há vária síndromes que permeiam as carcterísticas autistas! Principalmente qdo se é muito pequeno, antes de dominar a fala.

Desconhecida, síndrome de Tourette causa tiques motores e sons involuntários Os sinais da síndrome começam a ser percebidos por volta dos seis anos. Em muitos casos, a doença permanece na fase adulta.

"Quando a família do engenheiro Ricardo Pimentel se reúne para jantar não é raro que seu filho único, adolescente, solte um sonoro "filho da p..." no meio da conversa.
R., 15, não é rebelde nem mal educado: é portador de Tourette, síndrome neurológica que faz a pessoa emitir sons (às vezes, palavrões) de forma involuntária e desenvolver tiques motores.
Aos quatro anos, o menino dava pulinhos, ficava piscando os olhos e girando no chão. Instigado, o pai desconfiou de algo errado e o levou a um neurologista, que fez o diagnóstico. Isso é raro.

"A pessoa não escolhe o que fala ou o como gesticula. Acontece sem ela querer", explica a psiquiatra Roseli Shavitt, coordenadora do Protoc, grupo ligado ao Hospital das Clínicas de São Paulo, que estuda os transtornos obsessivo-compulsivos.
O transtorno é desconhecido até no meio médico, diz Shavitt. "É até fácil diagnosticar. O difícil é achar profissional habilitado."


Depois de ter frequentado cinco escolas, os pais de R. optaram por um ano só de "atividades extracurriculares" para o menino: música, italiano, natação, cursos de raciocínio e até de modelo.
Isso porque R. sofreu "bullying" muitas vezes, segundo o pai. Era chamado de "agitadão" e se isolava.

"Inclusão é uma palavra bonita, mas na prática é pouco usada", diz Pimentel, 51.

Hoje, o adolescente toma remédios para atenuar os sintomas e vai a sessões de psicoterapia para aprender a lidar com os tiques motores.

'BOA NOITE'
Jeferson Soares, 33, que trabalha em um pet shop, só se descobriu portador dois anos atrás, depois de ser levado por um amigo a um psiquiatra de posto de saúde.
Desde pequeno ele contorcia muito os braços e tinha soluços constantes. Chegou se consultar com psiquiatras ainda na infância, mas não houve diagnóstico: "Falavam que era uma fase, ia passar, mas nunca passava."
Hoje, Soares toma remédios --incluindo antipsicóticos-- que atenuam os tiques.
Ainda assim, diz ele, de vez em quando repete muitas vezes as palavras que ouve na TV, principalmente o "boa noite" dos telejornais.
Soares conta que seus colegas de escola estranhavam os barulhos que ele fazia com a garganta e seu hábito de ficar torcendo o braço.
"No começo, pensavam que eu era louco. Meus pais até brigavam comigo porque não sabiam o que eu tinha."

'PISCA-PISCA'
O corretor de imóveis Oscarlino Domingues, 54, também passou por agruras na infância. Foi apelidado de "pisca-pisca", por causa do tique. Só descobriu o problema na maturidade, aos 44.
Domingues lembra que seus impulsos --piscar, repetir palavras etc.-- ficaram mais fortes na adolescência, com a separação dos pais.
"Eu ficava repetindo a mesma oração quando rezava. Sentia necessidade de ficar repetindo. E só piorava quando estava nervoso."
A ansiedade potencializa os impulsos: "A descarga de adrenalina piora os tiques", diz a psiquiatra Ana Gabriela Hounie, do HC.
Ela explica que histórias de "bullying" são recorrentes em crianças com Tourette.
"Os movimentos estranhos chamam a atenção, aí são colocados os apelidos. No fim, a pessoa busca ajuda por se sentir discriminada."
Se os tiques doem ou prejudicam a atenção, os médicos podem indicar tratamento com remédios.

Autor: Guilherme Genestreti Fonte: Folha Online