"O
mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios
pensamentos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença.”
Luís Fernando Veríssimo
Luís Fernando Veríssimo
Existem
imagens marcadas na nossa infância que não se apaga. Às vezes fico aqui
refletindo como foi o meu contato no mundo dos “deficientes”, uso o termo
deficiente aqui porque foi como eu fui apresentada na infância pra essas
pessoas.
Uma das
primeiras lições, era não olha-lo.
Qtas vezes
fui chamada atenção: não fica olhando
assim! Pára de olhar! O intuito era de não constranger o deficiente com a
nossa curiosidade, ou olhar de espanto, pena.
Talvez se a
interferência fosse diferente, do tipo dizer que somos todos, diferentes, ou
filha tudo bem, pode olhar, mas sorria e de um bom dia.
E essas
palavras vão sendo depositadas lá no fundo do nosso inconsciente de uma forma
tão predadora, que com o passar do tempo, no meu caso, eu passei a evitar olhar
esses tipos de pessoas, torná-los invisíveis no meu mundo.
Eu acredito que
para muitos não seja diferente.
Qdo eu estava
no “primário” lá com os meus 8 anos, eu ainda peguei “uma classe” especial na
escola, e confesso que tinha muito medo deles.
Eles
gritavam tinham comportamento diferente do nosso, alguns agressivos, possuíam
feições esquisitas, eram bem maiores que a gente (até por terem idade mais
avançada), tinha dificuldades motoras, ou seja, tinham um andar estranho, caminhavam
pelo pátio como o verdadeiro “circo das aberrações”.
Qdo eles
passavam sempre em grupo com a professora
todo mundo abria logo o caminho e ficávamos olhando para eles! E claro a sala era la
longe isolados de todo mundo.
Hoje penso
que seria tão diferente se os nossos professores nos explicassem um pouco sobre
aqueles alunos, da importância de eles estarem na escola, como nós poderíamos
nos aproximar deles. Coisas que estamos fazendo hoje com a inclusão nas escolas.
Mas muito
pelo contrário, éramos ameaçados, se não aprendêssemos íamos pra “classe
especial”, se tínhamos mau comportamento, nos mandariam para a “classe especial”.
Então crescemos ouvindo os horrores de ser “deficiente”.
Quantas
vezes eu ouvi ôh fulano você parece um retardado da Apae, ou vou te mandar pra
escola na”Kombi” da Apae.E por ai vai.
Muitas vezes
cobramos uma sociedade melhor, menos preconceituosa, mas acredito que
caminhamos para melhor se olharmos para atrás; é claro que engatinhamos mas já
foi muito pior.
Não
esquecemos que os Açorianos aqui na Ilha de Santa Catarina por exemplo, quando tinha uma
filha “solteirona” eles logo já tratavam de despachar a tal rapariga trocando
por uma vaca ou uma mesa que estivesse sobrando com um “outro vizinho”.
Nós mulheres
também passamos por processo de inclusão na sociedade, e em alguns lugares do
planeta continuam sendo excluídas.
Hoje a
inclusão começa com os pequeninhos na Educação Infantil, e quando eles tiverem
seus 30 anos, não será mais novidade compartilhar um espaço em vários ambientes
com Autistas, cegos, surdos...e por ai vai.
As
conquistas vão acontecendo, as gerações vãos se transformando e cada um aos
poucos vai conquistando o seu lugar na sociedade.
Tarefa
importantíssima para pais e educadores ajudar a transformar o olhar do futuro!
Concordo plenamente, se queremos uma sociedade melhor devemos educar e ensinar nossos filhos a respeitar as diferenças de cada um... bjus fica com Deus
ResponderExcluir