Estava numa noite de verão sentada na varanda da casa com minha mãe, minha confidente, que infelizmente esta morando longe da minha cidade.
E naqueles papos “de mulher pra mulher “eu acabei confessando que sentia falta de beijo na boca.
Por uns instantes ficou um silêncio, imagino o que ele estava pensando, uma mulher casada reclamando de beijo.
Quebrei o silêncio dizendo:
Sabe mãe aqueles beijos profundos, desejados, com abraços calorosos, sentindo o cheiro do pescoço do outro...
-Filha isso é carência!
E mais um silêncio pairou no ar!
Era carência sim, carência quase infantil, carência de afago, carinho, proteção, não era de sexo era de afeto.
Como “mãe especial” percebo que a maior dificuldade nessa jornada, é o envolvimento por igual dos pais no dia a dia com o filho (porque um acaba assumindo mais que outro).E ai a falta de carinho , companheirismo, torna –se mais pesada que os problemas da síndrome em si.
“Para os adultos, o contato físico é tão importante quanto o sexo. Não é uma questão vital, mas a falta de toques pode fazer-nos viver num estado de depressão meio crônica (com menos energia, menos alegria e menos entusiasmo).”
Nós os pais, precisamos de carinho, de colo, atenção, essa falta de apoio do companheiro(a) nos faz muita falta.
“Sabe qual é a diferença entre a sua necessidade de sexo e sua necessidade de tocar e ser tocado? Se a resposta é não, você está entre a maioria. Muito pouco tem sido dito sobre o assunto e muitas pessoas nem imagina o quanto isso afeta suas relações, decisões e qualidade de vida.”
Como é a sexualidade das Mães dos Autistas? Ou até mesmo dos pais? “Com muitos casais, a falta de comunicação resultará em falta de contatos físicos e sexuais.”
Algumas pessoas com quem converso sentem exatamente isso, embora algumas não tenham problemas nenhum em falar o que sente, mesmo assim, as vezes só tem sexo e não o contato físico!
Amor incondicional é relação entre mãe e filhos, agora entre companheiros as coisas não são bem assim!
Quem de nós já não clamou por carinho? Precisamos ser beijados, tocados, mimados, olhados, ou menos ouvir:
-Caramba mulher como você é guerreira!!!!!!!
-Puxa marido, que pai exemplar é você!!!
Uma pessoa anônima,que erra, acerta, tem sonhos, se deprime, debocha, da gargalhadas,chora! Um blog que contará algumas passagens,pensamentos de como é ser mãe de um pequeno Autista! Com intuito de ser verdadeiro, sem medo de ser politicamente (in)correto, não quero agradar ou desagradar os gregos e troianos. Eu existo...Nós existimos Eu, um filho de 11 anos e meu pequeno autista de 8 anos. Unidos pelo coração e genética. Como sou conhecida? "- Ah! Aquela que é a Mãe do Autista!!!!!"
Olá!
ResponderExcluirObrigada pelo comentário que fez sobre a revelação da minha identidade, sua opinião é realmente importante para mim.
A respeito da necessidade dos pais de crianças especiais de receber um toque de carinho, eu concordo inteiramente, é claro que esta necessidade não é só dos pais de crianças especiais, mas a nossa necessidade acaba sendo maior.
Eu e meu marido, sendo ele Ásperger e eu Autista imagina só a dificuldade!
Mas quando tivemos o diagnóstico da nossa filha, e por consequência o nosso também, resolvemos "colocar os pingos nos is", e decidimos que sem essa troca de carinho e consideração pelo outro seria IMPOSSÍVEL continuarmos juntos.
E com esta decisão está sendo muito mais leve a caminhada!!
Mesmo sendo bem difícil o contato físico para os Aspergers e alguns autistas, nós estamos nos esforçando.
Beijão e fica com Deus!!
Não tenho o que dizer. Texto lindo e verdadeiro, mas não tenho o que falar.
ResponderExcluirContato é importante, as pessoas anseiam por ele e não sabem como pedir. Faz falta...
Beijinhos!
Oi!
ResponderExcluirEsqueci de te contar sobre o feriado com meu filho!
Nós conseguimos conversar bastante, ele estava angustiado com a sua dificuldade de se relacionar e entender as pessoas, me disse que estava chateado e decepcionado com algumas pessoas que ele convive.
Falamos sobre a síndrome de Ásperger, ele assistiu o vídeo que eu publiquei do menino falando sobre o assunto e se identificou muito, acabou ficando mais tranquilo e entendeu que ele é apenas diferente e não "anormal" como ele estava se sentindo quando o encontrei.
Nos despedimos com mais serenidade, mas eu não posso dizer que não sofri muito!
Beijão!!