Fiquei
pensando em falar algo mais ligado a nós “mãe de criança especial” em falar no amor em si, mas agora de casal.
Ha muitas de
nós que vivem em completa solidão, algumas mergulham de cabeça no dia-a-dia do filho
(a) acabando por negar ou fugir de uma relação.
Não queria focar
em sexo, porque sim, esse é preciso, mas falo também na falta da cumplicidade,
do olhar, do carinho, do toque, do abraço.
O que algumas
pessoas não sabem é que a vida de pessoas que tem um filho (a) especial, muitas
vezes é muito solitária, dependendo do comportamento do filho acabamos buscando
o isolamento.
É muito
comum separação do casal/pais, ou se tem dentro de casa a solidão em grupo, que
talvez seja a pior.
Ninguém vive
sem carinho, e talvez nosso “fardo” seja mais a falta de carinho do toque, do
beijo,do abraço, ah o abraço não há nada mais confortável que um abraço!
Uma vez ouvi
alguém da minha família falar de uma conhecida que havia se separado e tinha
uma filha autista, que ela nunca mais iria arrumar alguém, por causa da filha e
aquilo me marcou muito.Eu era solteira, não tinha o Gui.
Será que
nesse mundo alguém não teria amor suficiente ou coragem de viver um amor e
compartilhar isso com uma nova família que possuí alguém especial?
Mas existe
sim, conheci algumas pessoas que conseguiram novos companheiros, construíram novas
relações, mas para isso é preciso querer, cuidar de si, estar aberto para isso.
É claro que
temos que ter o máximo de cuidado na escolha de parceiros, porque essa pessoa
precisa aceitar nossas limitações como mãe Especial, ter ciência que temos
alguém que precisa de nós.
Cuidados tbém
em quem colocamos dentro das nossas casas e confiamos nossas crianças, há muito
casos de abusos, maus tratos.
De repente
você não precisa morar junto, casar novamente, por que não namorar?
Mas há muitas
possibilidades, e tenha certeza sem carinho, afeto não há como suportar tudo o
que acontece em nossas vidas, agora independente de ter filhos especiais ou
não. A falta de cuidado gera o abandono.
Segundo Leonardo
Boff que gosto muito em um livro afirmou:
“Dar valor as
pessoas é acolhê-las com bondade, escutar suas lamúrias, tocá-las e abraçá-las
para que se recuperem a auto-estima. A pele tocando outra pele faz renascer a
humanidade perdida.”
Pra aqueles
que estão sozinhos ter outro alguém parece impossível quando se tem uma vida
tão cheia de tarefas, responsabilidades.
Mas precisamos
de alguém que também cuide de nós porque somos seres humanos, e passamos e
passaremos grande parte das nossas vidas cuidando dos nossos filhos especiais.
Quem cuidará
da gente?Não somos merecedores de carinho, de beijo, de gargalhadas?
A negação do cuidado nos leva para o processo
de desumanização e de embrutecimento
das relações. Precisamos sim de cuidados!
O cuidado
não é uma meta a se seguir somente no final da caminhada. É um princípio que
acompanha o ser humano em cada passo, em cada momento, ao longo de toda vida. Tal
atitude gera discreta alegria e confere leveza à gravidade da vida.