A Mãe do Autista

A Mãe do Autista
...Investi tudo naquele olhar...Tantas palavras num breve sursurrar...paixão assim não acontece todo dia!

domingo, 25 de abril de 2010

Outro dia estava vendo um filme que a personagem virou Deus. E ela poderia interferir e mudar o que queria.

Na hora pensei o que eu faria se fosse Deus!!!!!

“Curava o Gui”!

Ai a consciência apertou, só o Gui o e resto?

Ta bem curava todos os Autistas! Só os Autistas e o resto?

Ta bem curava tudo e todo mundo!

Toda essa falácia que pulou da “cabeça” pra fora, vem de encontro com todos os meus ideais, minhas lutas, por um mundo melhor, meu inconsciente me traiu ou foi o consciente mesmo.

Fiquei pensando se o Gui não fosse assim, será que seríamos assim tão ligados? Ele seria desse jeitinho que eu amo?

Qdo houve a suspeita do diagnóstico, uma das primeiras coisas que fiz foi entrar em comunidades de Aspergs e Autistas.
A princípio ficava apenas lendo aos relatos, tentando entender aquele mundo tão novo pra mim tudo de longe.

Depois aos poucos fui adicionando pessoas, e ali criando vínculos, amizades, conhecendo de perto histórias, personalidades, e foi ali que meu coração se acalmou, pois descobri o mundo onde meu filho estava inserido.

Mundo de pessoas reais, de gente que ama, chora,que trabalha, faz faculdade, que tem filhos, são separados, casados, que tiveram suas dificuldades e limitações por conta do Autismo, uns mais leves outros mais comprometidos, mas que me deram exemplos de superação.

Que me dão esperança, pois, muitos deles atravessaram o tempo, o bulling na escola, o preconceito, em uma época que nem se conhecia o autismo, muito menos que hoje.
Hoje temos os fármacos para diminuir alguns sintomas, terapias, tratamentos, que pode melhorar as condições de vida do Autista.

E foi a partir dai que não sai mais em busca da cura, mas sim de melhorias na convivência, desenvolvimento, na qualidade de vida, por conta dessas pessoas tão especiais que conheci e que eu gosto muito.

Entendi como mãe de uma Autista que tenho uma missão: Aprender a respeitar as diferenças, limites, amar e me permitir a conviver com o diferente e ver que não sou tão perfeita assim.
A ter tolerância com o próximo, sim com aqueles que me magoam ao olhar com cara feia pro meu filho. Aqueles que fazem comentários que me deixam mal, com a ignorância alheia, é um exercício diário que não é fácil.

Sei também que quando me permito a “baixar a guarda” e dou respostas, ensino, falo é mais um a conhecer sobre o Autismo, me ver nessa missão da conforto.

Pensei melhor e decidi que se fosse Deus faria: os homens olhar o outro como irmãos a ponto de não ver as diferenças, entender que estamos aqui de passagem, ser mais tolerante e aberto a novas experiências. Ai sim esse seria o mundo perfeito.

9 comentários:

  1. Nossaaaaaa!!
    Maravilhoso tudo o q vc escreveu, fiquei emocionadíssima e compartilho tbm de sua opinião.
    Tbm desejo um mundo assim para meus filhos crescerem.
    Obrigad por sempre tocar meu coração com palavras doces. Beijos

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  2. Execelente, reflexão...
    Seriamos de certo diferentes, se não tivessemos filhos que nos fazem ver o mundo com este olhar...
    Bjos
    Li também o post anterior e também o meu se interessa por climas é a prioridade dele actualmente(obcessiva)
    pode-nos encontrar em http://asperger-eu.blogspot.com/

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  3. Olá querida companheira!
    Sempre me emociono com suas publicaçãoes, não perco uma!!
    Mas hoje eu acabei chorando de emoção, vc foi mais uma vez a porta voz que todo autista gostaria de ter!!
    O Gui tem muuita sorte de ser seu filho!
    Te admiro muito!
    Abraço grande!
    Grace Caroline!

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  4. Olá Mãe do autista,
    Estou respondendo seu comentário aqui, pois não tenho seu endereço eletrônico para enviar esta mensagem.
    Sobre a sua pergunta se minha filha é realmente autista clássica, sim ela é, talvez vc fique com dúvidas porque existem muitas diferenças entre meninos e meninas autistas.
    A minha filha está tentando falar, mas quando tenta é isto que ouvimos: -tiidncimalxmdnc cjsmx axm!!A chamada "linguagem própria".
    E as vezes ela usa a ecolalia, tenta repetir frases prontas que ouve em desenhos animados.
    Atualmente percebemos que ela se irrita com isso e acaba entrando em crise quando tenta pedir alguma coisa e não consegue!
    Abração e obrigada por nos acompanhar!

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  5. Muito bom, Mãe do Gui.. É de uma visão e de uma atitude assim que ele precisa, realistas e principalmente positivas, apesar dos pesares.. Parabéns e um bjão!

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  6. eu queria muuuuuito ser otimista assim, o tempo todo... mas oscilo muito!!! tem dias que sou o otimismo em pessoa... tem dias que grito dentro de mim... "por favor, uma cura, um milagre..."
    obrigada, por ser pra mim e pro meu Dani uma voz em meio ao deserto...

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  7. Olá Karin
    Eu vivo dizendo sempre que não é fácil...há dias que choro tbém...MAs busco muito alimentar tbém meu lado psicológico, espititual como um todo...isso fortalece muito.
    Voz no meio do deserto...que emoção ouvir isso, fiquei com os olhos cheio de lágrimas! Obrigada!
    Estou sempre a disposição para conversar!
    alessakravitz@hotmail.com

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  8. Emocionante relato, como profissional, estou inserida em muitos lares, vendo a dinâmica familiar de meus pacientes, sou mãe, antes de ser nutricionista,sou mãe acima de tudo, aa vezes quando chego para atendimento a uma de minhas crianças e vejo uma mãe em desespero, sem saída, querendo um colo, a comoção é inevitável!
    Você e todas as outras mães que lutam por seus filhos,contra tudo e todos, vocês são vencedoras,são exemplos!Parabéns!

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  9. Parabens a estas supermaes!!! Pois Deus nos abençoou com filhos autistas, e nos deu uma força, que só nós temos. As mães são iluminadas, mas mães de autistas, são seres especiais que refletem a luz divina, só nós conhecemos nossa força!! Um beijo a todas estas supermulheres no nosso dia!!

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