A Mãe do Autista

A Mãe do Autista
...Investi tudo naquele olhar...Tantas palavras num breve sursurrar...paixão assim não acontece todo dia!

sexta-feira, 28 de abril de 2017

A MÃE DO AUTISTA: A viagem

A MÃE DO AUTISTA: A viagem: Viajar pra um lugar desconhecido com meu filho autista de 10 anos sempre foi um desejo, mas coragem era o que faltava. Sabíamos que den...

A MÃE DO AUTISTA: A viagem

A MÃE DO AUTISTA: A viagem: Viajar pra um lugar desconhecido com meu filho autista de 10 anos sempre foi um desejo, mas coragem era o que faltava. Sabíamos que den...

A viagem

Viajar pra um lugar desconhecido com meu filho autista de 10 anos sempre foi um desejo, mas coragem era o que faltava.

Sabíamos que dentro do carro seria tranquilo, o problema seria ficar nos hotéis; pois tivemos uma experiência desagradável em uma viagem para Rio Negrinho, SC, onde fui participar de uma mostra de dança, e ele não quis entrar no hotel, só depois que dormiu.

Durante os dias que antecipavam a viagem eu mostrava fotos do hotel, dizia em sinais quem iria viajar que era de carro e que era longe.

Saímos de Florianópolis para Montevidéu no Uruguai. Enquanto o carro andava não havia problemas, nossos maiores desafios foram as paradas onde em cada lugar ele queria presentes, e aí explicar que não podia, ou era caro, não tinha como, e gastamos muito dinheiro nisso.

Dormimos em Pelotas, e uma hora antes de chegar demos remédio, então já chegou sonolento no hotel, colocamos a tv no Discovery Kids, apagamos a luz como fazemos em casa e logo dormiu. Pela manhã já saímos de carro. Mas estava ansioso,não comeu , queria sair do hotel.

Fizemos uma parada em Rio Branco; onde tem um free shop, ele queria entrar em todas as lojas e levar tudo, e nesse lugar ele já estava surtando, chorando , resmungando, descontrolado, então foi um ponto bem estressante pra gente, e ficamos no carro com ele enquanto o grupo terminava as compras e comia.

Voltamos à estrada, fizemos o mesmo esquema antes de chegar a Montevidéu que já era noite de dar o remédio; só que ele viu o Mac Donalds; e ficou fazendo sinal de sanduíche, estava faminto, e chegou ao hotel nervoso,mas comeu e foi pra cama.

 No hotel havia piscina, e nós já o escolhemos por isso, pois sabíamos que não iríamos conseguir acompanhar o grupo, e já fomos cientes disso.

Das vezes que tentamos caminhar ou queria entrar nas lojas pra comprar “presente” ou era pra ir ao Mac Donalds porque no fim foi a comida que escolheu em Montevidéu, enquanto havia bufê no caminho escolheu o que ia no prato; depois ficou só nos Doritos da vida. O banheiro trancou o número 2,fez só xixi.

Na noite de sábado conseguimos jantar e dar uma caminhada porque enquanto dormia minha mãe ficou com ele.
Durante a viagem de carro foi tudo muito tranquilo, as paradas foram caras, a piscina e a banheira nos salvaram, mas foi 24h em função dele.
Ele tentou colocar objetos nos bolsos nas lojas, mãos pra fora da janela do carro; fez xixi na borda da piscina, entre outras coisas.

Ontem enquanto dava banho sinalizou que queria passear longe, rsrsrs!

E essa foi a nossa aventura; esperávamos que fosse mais difícil; mas viajar com ele é estar ciente que só podemos fazer as coisas limitadas e curtir que ele curte. Mas foi uma vitória! 
È preciso coragem; companheirismo e muito bom humor!
E claro não posso deixar de dizer que o padrasto do Gui foi o grande incentivador dessa Trip e segurou as pontas todo momento.




quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O Ano de 2015 foi cheio de desafios, amor, a Escola do Gui é da Prefeitura Padre Horn Córrego Grande, Fpolis o trabalho de inclusão deles é lindo é verdadeiro e meu filho é muito feliz lá. Basta ver a cara de felicidade das Profs pelas atividades propostas que tbém são desafios para elas porque nunca sabemos como ele vai reagir, se comportar,etc..
O balanço é o que ele mais adora, experimentou a Capoeira, vamos ver se nesse ano ele pratica, foi a teatro, exposição do Juan Miró, projeto Surf Azul pra crianças Autistas, dia das crianças do bombeiros.




















Essa semana que passou fiz um curso com uma arquiteta que projeta escolas diferentes, falamos de Educação, etc.

E automaticamente me veio à fase que eu vivia pesquisando horas e horas coisas na internet sobre autismo e lembro muito qdo caí nos assuntos de um método que sugeria “um quarto”.

 Na época eu fiquei inclusive triste, angustiada pq eu não tinha dinheiro para fazê-lo, que alguns diziam que eu precisava fazer pra curar o meu filho e eu não tinha da onde tirar dinheiro.
Lembro que dizia que o quarto não deveria ter muita informação, estímulo entre tantas coisas.
Tinha feito um quarto pros meninos (dividiam o quarto) todo colorido, paredes, cortinas, almofadas super lindo.
Eu não tinha dinheiro nem espaço então logo fui pegando uma tinta branca e “apagando” tudo pq achava que o quarto o deixava mais “doente”.

Porque quartos alegres não eram pra Autistas.

Toda aquela alegria ficou branca, ficou neutra, eu tentava fazer algumas das atividades propostas pelo método, mas ele não correspondia, não se interessava e me sentia culpada.

O tempo passou hoje o quarto dele tem muitos desenhos coloridos que ele mesmo pintou, e colou nas paredes, vive com lápis de cera colorindo seus desenhos.
Seu maior tesouro são os desenhos que o padrasto copia a mão pela tela do computador pra ele colorir é uma caixa imensa, cheia.
No quarto brinquedos pra todo lado, adesivos colados por todos os móveis do quarto dele, tive que limitar se não ia pela casa inteira.

Um quarto cheio de estímulos que ele mesmo deu conta de colorir.

Eu costumo dizer que com o andar da carruagem as abóboras se acomodam no meu caso esse acomodar não é no sentido de parar, ou ficar na zona de conforto.
É ganhar maturidade, compreensão um olhar diferente, entender e acolher essa criança tão diferente, tão especial, tomar muito cuidado com pessoas que se aproveitam da nossa fragilidade pra ganhar dinheiro.

Pessoas que estudam um assunto via internet, por exemplo, e já sai por aí dizendo especialista, cuidado, informe-se com outros pais, converse com pais que já tenham filhos com idades mais avançadas, experiência conta muito!


E nunca esquecer, cada um é de um jeito, o que pode ser bom pro meu poderá não ser pro seu filho.