A Mãe do Autista

A Mãe do Autista
...Investi tudo naquele olhar...Tantas palavras num breve sursurrar...paixão assim não acontece todo dia!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Aos Diretores e Sócios do Avaí Esporte Clube!

O esporte romper barreiras reúne culturas, alivia sentimentos de perda, veja o caso dos meninos do Haiti e a inclusão do esporte proporcionada pelo exército brasileiro.
O esporte ainda é capaz de reunir várias pessoas, o rico, a pobre, o homem, a mulher, a criança.

Incluir o diferente. ah! O diferente... Tão diferente e tão igual; se o assunto é o futebol!

Uma das grandes dificuldades do Autista é a comunicação como um todo, uns chegam a não falar, e por ter um comportamento tão diferente, “tão estranho”, muitas vezes é dito que eles “não querem” se comunicar, eles vivem no “mundo deles”.
Agora, faria muita diferença se as coisas fossem ditas dessa maneira; “não sabe” se comunicar, “não consegue”, algo em seu cérebro não o ajuda!

E se todos nós conhecêssemos um pouquinho dessa síndrome para tentar entender esse “mundo”; E se todos nós ajudássemos nessa comunicação de alguma forma, e se o grito da torcida fosse as suas vozes?

E eu estava ali no campo, junto com os pais e crianças autistas celebrando o nosso dia, e posso afirmar a emoção foi imensa!
E o que é a comunicação?
Seria um conjunto de braços com pêlos arrepiados? Olhos brilhantes, uma respiração mais contida, risos, gritos, pulos, lágrimas?
Se for tudo isso, posso afirmar nessa tarde: nossos filhos comunicaram-se!!!

Como não sentir tudo isso com os aplausos da torcida, pisar num campo de verdade, segurar a mão de um jogador, e como já dizia o Samuel Rosa do Skank:

-Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?

Avaí, meu Avaí, em nome: da Lu que tem 20 anos e estava com medo dos foguetes, apreensiva com aquela agitação, e com coragem pisou no campo, sorria muito, ela ama futebol!
Do meu Filho de quatro anos o Guillermo, que também é surdo e tem uma hiperatividade gigantesca, mas que ficou encantado ao entrar de mãos dadas com aquele homem de azul, e se comportou “nesse momento”, rs
Do Cícero de nove anos que é um Avaiano assíduo, ao Maurício que tem 40 anos que pisou firme no campo como um jogador em dia de clássico, ao Rodrigo 12 anos que estava feliz da vida como olhos de faróis, ao Abner um adolescente de 15 anos que veio la do interior do Pará em busca de ajuda e tratamento, que conseguiu emprestado com o visinho um uniforme do Avaí pra entrar no campo com sua mãe, leoa orgulhosa que sozinha e uma máquina de costura sustenta sua família e cuida desse menino encantador!
Que pra mim uma mãe de um menino autista conhecê-la nessa tarde, e ver a felicidade dos dois, foi como receber uma transfusão de coragem e amor!

Em nome do João Pedro e Martín, que não são autistas, mas desde pequeno estão aprendendo a defender a causa das crianças e estavam juntos dos amigos no campo!
Dos demais pais e amigos que ali estavam presentes.
De todos os demais autistas e familiares que ali estavam representados pelos nossos filhos:

Obrigada Dona Nesi, Bonatelli, professor Enio Gomes, toda diretoria do Avaí, pela oportunidade, apoio e carinho!
Lembrando que nossas crianças são pura luz e amor, e ainda por cima “pé quente” porque 4x0! Não tem preço!

Alessandra Gutierrez Gomes da Cruz, mãe do Gui e do Martín
Representando o GAIA-Florianópolis.

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